terça-feira, 7 de julho de 2020

Comunicando más notícias: o protocolo SPIKES


Para ajudar na comunicação de más notícias, foram criados protocolos, como o mnemônico SPIKES, um passo a passo para que o profissional lembre de pontos importantes a serem trabalhados ao longo de uma situação. Quando fica internado em um hospital, o paciente enfrenta uma nova realidade, em que sua rotina e suas vontades são deixadas de lado e um novo mundo de exames e hábitos passa a reinar. Toda a vivência hospitalar vem acompanhada de medo da morte e do desconhecido, tornando-a marcante para o paciente. A comunicação entre o profissional, o doente e o cuidador é considerada um processo e não um procedimento. Quando há o avanço da doença ou se desde o início ela se apresenta como ameaçadora da continuidade da vida, algo que afeta negativamente o futuro, o profissional não só deve comunicar isso ao paciente e sua família, mas comunicar uma má notícia. A comunicação deve não apenas abarcar o que o paciente precisa saber, mas ser realizada de forma apropriada, assegurando que ele compreendeu a informação, preocupando-se com sua reação afetiva e com a retenção da informação. Novos protocolos foram estabelecidos, porém todos seguem uma mesma ideia: começar com uma preparação inicial, em que o próprio profissional deve se preparar, ter em mente o que sabe da doença e de possibilidades de cuidado, encontrar um espaço reservado e calmo para que essa conversa ocorra; identificar quem o paciente quer que esteja presente, apresentar-se e saber até onde ele e sua família entendem o que está acontecendo; falar de forma franca e com compaixão, tocar as pessoas, lidar com o silêncio e as lágrimas, se ocorrerem; ter um plano de metas; revisar a compreensão do que foi falado e manter-se à disposição para futuras dúvidas ou novas conversas. E o protocolo SPIKES é um exemplo do novo modelo de comunicação com o paciente. É um mnemônico de seis passos que pode proporcionar mais segurança ao profissional para ter a conversa com os familiares. Comunicar más notícias não é uma tarefa fácil. O objetivo do protocolo SPIKES é, de alguma maneira, organizar este momento, ajudando profissionais e pacientes a manter uma comunicação clara e aberta.


Fonte: CRUZ O. C. . ; Riera R. Comunicando más notícias: o protocolo SPIKES. Disponível em: <http://docs.bvsalud.org/biblioref/2016/08/1365/rdt_v21n3_106-108.pdf> Acesso em: 06 de Julho de 2020.



Por: Júlia Soares, graduanda em enfermagem pela Uneb – Campus VII.

terça-feira, 23 de junho de 2020

Cicely Saunders e sua contribuição para os Cuidados Paliativos



Diversos historiadores indicam que a filosofia paliativista se iniciou na antiguidade, com as primeiras definições sobre o cuidar. Era comum na Idade Média, durante o período das Cruzadas, se encontrar hospices (hospedarias, em português), em monastérios, que acolhiam além de doentes e moribundos, mulheres em trabalho de parto, famintos, órfãos, pobres e leprosos.
Mais do que a busca pela cura, esta forma de hospitalidade tinha como características o acolhimento, o alívio do sofrimento e a proteção.
No século XVII, São Vicente de Paulo, um jovem padre francês, fundou a Ordem das Irmãs da Caridade e abriu várias casas para pobres, órfãos e enfermos. No ano de 1900, cinco das irmãs da Caridade fundaram o St. Josephs’s Covent, em Londres, iniciando o trabalho de visitar os enfermos em suas casas. Em 1902, elas abrem o St. Josephs’s Hospice com 30 leitos direcionados a moribundos pobres.
Nascida na Inglaterra, em 22 de junho de 1918, Cicely Saunders dedicou sua vida ao alivio do sofrimento humano. Graduou-se como enfermeira, assistente social e logo depois como médica. Escreveu vários livros e artigos que até hoje são utilizados como inspiração e guia para paliativista do mundo inteiro.
O primeiro serviço a ofertar cuidado integral ao paciente, desde o controle de sintomas, alívio da dor e do sofrimento psicológico foi criado por Cicely em 1967. O St. Christopher’s é reconhecido até hoje como um dos principais serviços no mundo em Cuidados Paliativos e Medicina Paliativa.
Cicely conseguiu entender a problemática do serviço que era oferecido em hospitais para pacientes em estado terminal. Ainda hoje, pacientes e familiares ouvem dos médicos e demais profissionais de saúde a frase “não há mais nada a fazer”. A médica inglesa sempre refutava: “ainda há muito a fazer”.
Ela faleceu em 2005, em paz, sendo cuidada no St. Christopher’s.


Fonte:https://paliativo.org.br/cuidados-paliativos/historia-dos-cuidados-paliativos/. Acesso em: 23 de jun. 2020.


Por: Ailton Oliveira, graduando em enfermagem pela Uneb – Campus VII.

terça-feira, 16 de junho de 2020

Percepções do adolescente com câncer em cuidados paliativos quanto ao processo de adoecimento



A adolescência é uma fase da vida marcada por mudanças biológicas, sociais e emocionais, sendo a fase em que há uma busca constante pela liberdade, independência e realização de sonhos, além do amadurecimento e formação da personalidade. Com isso, ao receber o diagnóstico de câncer inúmeras mudanças e sentimentos como o medo e incertezas são acrescentados. Assim, os cuidados paliativos têm um importante papel durante o processo do adoecimento, tendo em vista o alivio do sofrimento seja no âmbito da dor física, espiritual e psicossocial, sendo necessária a assistência do enfermeiro de forma integral, buscando dar voz ao adolescente e dessa forma compreender os conflitos existentes nessa fase junto as incertezas do fato de se estar doente, objetivando alcançar uma sobrevida que promova uma melhor qualidade de vida para o adolescente e para a família. Diante disso, torna-se fundamental entender a percepção do adolescente com câncer em cuidados paliativos.

Fonte: GUIMARÃES, T. M. et al. Percepções do adolescente com câncer em cuidados paliativos quanto ao seu processo de adoecimento. Revista Gaúcha de Enfermagem, v.41, jun. 2020. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rgenf/v41/pt_1983-1447-rgenf-41-e20190223.pdf. Acesso em: 13 de jun. 2020.


Por: Aila Roberta, graduanda em enfermagem pela Uneb - Campus VII

terça-feira, 9 de junho de 2020

Cuidados paliativos domiciliares: considerações sobre o papel do cuidador familiar



O paciente quando acompanhado por uma equipe de Cuidados Paliativos Domiciliares deve receber assistência integral às suas necessidades, sendo realizada na maior parte do tempo pelo cuidador. Este pode ser membro da família, um membro da equipe ou pessoa da área da saúde contratada pela família.
Quando um membro da família se torna cuidador pode ocorrer alterações na rotina e mudanças de papéis na dinâmica familiar para a adaptação às exigências e demandas do tratamento inclusive alterações no aspecto socioeconômico. O cuidador familiar então assume mais uma função, pois ainda permanece com as tarefas domésticas, responsabilidades financeiras e de cuidados consigo e com os demais familiares, a exemplo, os filhos.
O ato de cuidar do paciente sem possibilidades curativas é um exercício diário e repetitivo. Muitas vezes pode ser exercido de forma solitária e sem descanso, além de ter que ser conciliado com as demais atividades diárias deste cuidador familiar, e como consequência este pode vir a apresentar, ao longo do tempo, sobrecarga física, emocional, social e econômica. Esta sobrecarga pode ser considerada, então, um fenômeno multidimensional que pode trazer repercussões na vida e saúde do cuidador e suas demais relações, bem como na qualidade dos cuidados prestados ao paciente. 
Além das repercussões em relação ao cuidador familiar, o ato de cuidar pode também proporcionar sentimentos positivos. O zelo, carinho, gratificação, satisfação e crescimento pessoal. O cuidar ainda  possibilita ao cuidador o desenvolvimento de novas habilidades e posturas frente à vida, trazendo reflexões e questionamentos acerca do modo de viver.


Fonte: DUARTE, I.V; FERNANDES, K.F; FREITAS, S.C. Cuidados paliativos domiciliares: considerações sobre o papel do cuidador familiar. Revista da SBPH, Rio de Janeiro, vol.16, no.2, dez. 2013. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s1516-08582013000200006. Acesso em: 08 de jun. de 2020.

Por: Fernanda Souza, graduanda em enfermagem pela Uneb - Campus VII.

quarta-feira, 27 de maio de 2020

Projeto de resolução "Covid-19 response" é aprovado na 73° Assembleia Mundial da Saúde com a inclusão do acesso aos Cuidados Paliativos





Entre os dias 18 e 19 de maio ocorreu em Genebra (Suíça)em reunião da Organização Mundial de Saúde (OMS), a 73ª Assembleia Mundial da Saúde (AMS). Reduzida para dois dias, tornou-se histórica por ser a primeira realizada virtualmente devido a pandemia do COVID-19.
Durante a AMS foi apresentada a proposta de resolução “Covid-19 Response” feita pela União Europeia. Após passar por revisão, com a inclusão do parágrafo OP.7.7 que aborda os Cuidados Paliativos, com apoio de diversos países, incluindo o Brasil, foi aprovada.
Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP) agradece mais uma vez a atenção da Senhora Maria Nazareth Farani Azevêdo, embaixadora e representante permanente do Brasil em Genebra, a carta enviada pela ANCP pedindo apoio a solicitação de inclusão dos Cuidados Paliativos na resolução “Covid-19 Response”.
O arquivo com o texto final da resolução “Covid-19 Response” pode ser acessado pelo site da ANCP.

Fonte: Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP)
Site: paliativo.org.br


Por: Gabriela Mestre, graduanda em enfermagem pela Uneb - Campus VII. 

terça-feira, 19 de maio de 2020

Medidas não farmacológicas para o alívio da dor em pacientes oncológicos



Os métodos não farmacológicos para o tratamento de pacientes oncológicos são utilizados nos cuidados paliativos lhe possibilitando  melhor qualidade de vida para este paciente.
O método não farmacológico são um conjunto de medidas educativas, físicas, emocionais, comportamentais e espirituais, que é de suma importância que complementa o tratamento de pacientes oncológicos pois, possibilita o alívio da dor que está presente na maioria de tais pacientes. 
A equipe de enfermagem, é responsável pelo manuseio do método não farmacológico, permitindo dessa forma o controle/alívio da dor. Tal manuseio é avaliado pela escala de dor que o indivíduo tem (o que pode não ser tão fácil, já que a dor é subjetiva), sendo preciso da ajuda do paciente quanto à sua dor, de acordo com a avaliação é ou não aplicado o método não farmacológico. Esse método  é de baixo custo e de fácil aplicação, que são referentes a posição antalgica, apoio emocional, massagem, musicoterapia, aplicação de calor e frio, dentre outras, contribuindo com o alívio da dor de pacientes internados.

JUNIOR,N.J.O et al, Revista Dor o papel da enfermagem no tratamento não farmacológico da dor em pacientes oncológicos. Scielo.vol.18no. São  Paulo  July/Sept.2017. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1806-00132017000300261&script=sci_arttext&tlng=pt. Acesso em 12 de maio de 2020.


Por: Irís Ribeiro, graduanda em enfermagem pela Uneb - Campus VII. 



terça-feira, 28 de abril de 2020

A comunicação como estratégia de cuidado para o paciente




A comunicação entre profissionais, pacientes e familiares representa uma estratégia de suma relevância para a prática dos cuidados paliativos, e é um elemento essencial na relação humana. E quando subsidiada por uma relação de atitude, cooperação, sentimento e sensibilidade, este instrumento é um importante impulsionador da relação de confiança entre o profissional e o paciente. Essa comunicação vai além das palavras e do conteúdo, uma vez que contempla a escuta atenta, o olhar, o cuidado e a postura, é também uma medida terapêutica para pacientes. A comunicação adequada é considerada um método fundamental para o cuidado integral e humanizado, porque é por meio dela que é possível reconhecer e acolher, empaticamente, as necessidades do paciente, como também as de seus familiares. Permite também que o paciente possa participar e tomar decisões e cuidados específicos relacionados com a sua doença, consolidando assim a autonomia. Vale lembrar que por trazer uma confiança na equipe que está o acompanhando, o paciente é estimulado a relatar anseios, angustias, medos e desejos acerca da situação clínica, facilitando e auxiliando na aceitação dos cuidados paliativos. 


Fonte: ANDRADE, G. C. et al. Cuidados paliativos: a comunicação como estratégia de cuidado para o paciente em fase terminal. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/csc/v18n9/v18n9a06.pdf> Acesso em: 14 de abril de 2020.


Por: Julia Soares, graduanda em enfermagem pela Uneb - Campus VII.

terça-feira, 7 de abril de 2020

A enfermagem nos cuidados paliativos à criança oncológica



O cuidar da criança com câncer sob cuidados paliativos é um processo de sofrimento e um misto de emoções, o contato com a morte gera sensação de impotência no enfermeiro. Há sofrimento advindo do envolvimento com a criança e sua família e da impotência diante da evolução negativa da doença. Durante a assistência à criança em situação de morte iminente, o profissional de enfermagem sofre muito, pois sente-se impotente e inconformado com a presença da morte, e também despreparado, emocional e psicologicamente.
Ao lidar com a morte, o profissional sensibiliza-se com a situação da criança e sua família. Suas emoções e sentimentos emergem pelo fato de a morte, em nossa cultura, ser, para muitos, um momento de dor e profundo pesar.
Por mais que se estude sobre a morte, compreendê-la é difícil, pois é, muitas vezes, algo inexplicável e inaceitável, principalmente quando se trata de crianças.
A abordagem sobre o tema deve ser mais difundida, pois a morte é algo inesperado; no entanto, acreditamos que, ao falarmos sobre a morte, conseguimos encontrar meios para lidar melhor com ela. Além disso, é preciso buscar meios para o desenvolvimento do enfermeiro que atua nas áreas de saúde/criança/oncologia, devido ao sofrimento enfrentado por este. Destacando-se a necessidade de um serviço de apoio psicológico contínuo ao profissional que já atua nesta área, pois estudos demonstram que esses profissionais tendem a sofrer e até se esgotar emocionalmente durante a jornada de trabalho.

Fonte: AVANCI, Barbara Soares, et al. Cuidados paliativos à criança oncológica na situação do viver/morrer: a ótica do cuidar em enfermagem. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-81452009000400004>. Acesso em: 07 de abr. de 2020

Por: Luane Silva, graduanda em enfermagem pela Uneb - Campus VII.



terça-feira, 31 de março de 2020

Cuidados paliativos e pandemia


Primeiramente, importante definir crises humanitárias. Segundo a OMS são: “eventos de grandes proporções que afetam populações ou sociedade, causando consequências difíceis e angustiantes como a perda maciça de vidas, interrupção dos meios de subsistência, colapso da sociedade, deslocamento forçado e ainda graves impactos políticos, econômicos com efeitos sociais, psicológicos e espirituais. ” Portanto, sim, estamos vivendo uma crise humanitária. Os Cuidados Paliativos (CP) por definição é uma abordagem multidisciplinar que previne e alivia o sofrimento através da identificação precoce, avaliação correta e tratamento da dor e outros problemas, sejam eles físicos, psicossociais ou espirituais destinados a qualquer paciente que tenha uma condição de saúde que ameace ou limite a sua vida. De posse dessas duas definições fica evidente o vínculo profundo entre a pandemia que vivemos e o CP: alívio do sofrimento humano. Seja ele do paciente, da família, seja de nós, profissionais de saúde envolvidos no cuidado. Durante as epidemias de infecções com risco de vida, como a que enfrentamos, o sofrimento pode resultar tanto da doença, da resposta médica ou da saúde pública. Nesse sentido o CP e o tratamento para salvar vidas não devem ser considerados distintos, salvar vidas é uma maneira crucial de atingir esse objetivo, mas não é o único. Portanto, a prevenção e alívio do sofrimento devem ser ofertados a qualquer pessoa que sofra fisicamente, psicologicamente, socialmente ou espiritualmente e não apenas àqueles com condições de risco de vida. Respostas humanitárias que não incluem CP são clinicamente deficientes e eticamente indefensáveis.

Fonte:https://pebmed.com.br/por-que-cuidados-paliativos-na-pandemia-de-covid-19/>. Acesso em 31 mar. 2020



Por: Marília Silva, graduanda em enfermagem pela Uneb - Campus VII.

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sábado, 14 de março de 2020

Terapia assistida por animais (TAA)




A relação dos humanos com os animais é histórica, e apesar da resistência hospitalar em receber animais por uma série de recomendações, em alguns lugares isso vem sendo quebrado, dando bons frutos. O primeiro registro sobre a melhora de pacientes acompanhados por pequenos animais foi feito por Florence. Atualmente equipes compostas por veterinários, médicos, enfermeiros e terapeutas ocupacionais tem levado aos pacientes em Cuidados Paliativos de alguns hospitais parceiros no Brasil, animais previamente avaliados, treinados e higienizados. A intenção da TAA é promover o alívio da dor e da ansiedade, aumento da socialização e qualidade de vida e bem-estar do indivíduo respeitando sua autonomia e as especificidades de cada caso. E também respeitando os limites do animal. Segundo pesquisas, a presença desses animais melhora o humor dos pacientes e também da equipe. As visitas são acordas com a direção hospitalar e cumpre as regras de cada instituição.


Fonte: MOREIRA, RL et al. Terapia assistida com cães em pediatria oncológica: percepção de pais e enfermeiros. Rev Bras Enferm [Internet]. 2016 nov-dez;69(6):1188-94. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reben/v69n6/0034-7167-reben-69-06-1188.pdf acesso em: 23 de fev, 2020.


Por: Noemy Reis, graduanda em enfermagem pela Uneb - Campus VII.